Ai de ti, minha Alvorada! Chegas ao
cinquentenário sem que façam justiça à tua história. Encartado junto ao Diário
Gaúcho neste dia 17, o já tradicional Informe Especial em homenagem ao
aniversário da cidade reproduz mais uma vez uma versão equivocada a respeito da
origem do povoamento destas terras. Para minha frustração, vejo que a mesma
versão ainda é apresentada em documentos e fontes que há anos vem iludindo
aqueles que desejam se informar sobre os primeiros moradores do que veio a se
tornar Alvorada.
Já foi comprovado, com pesquisas em
fontes primárias e estudos genealógicos, que João Batista Feijó, apesar de ter
ocupado terras na Estância Grande dos antigos Campos de Viamão, não tem relação
alguma com Alvorada, pois a Estância Grande que lhe pertenceu fica a mais de
uma centena de quilômetros daqui, entre São Francisco de Paula e Cambará do
Sul.
De fato, o primeiro povoador destas
terras em que pisamos foi Manoel de Souza Feijó, como demonstram documentos
disponíveis no Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e comprovam estudos
genealógicos com riqueza de detalhes sobre a descendência dele nos anos
posteriores e até os dias atuais.
Tudo isso, inclusive a indicação das
fontes, pode ser verificado no meu texto A
traição das fontes: a ocupação inicial de Alvorada, publicado no livro Raízes de Alvorada – Memória, História e
Pertencimento, organizado pela historiadora Dr. Véra Lucia Maciel Barroso.
Esta, juntamente com o genealogista Renato Franzen atestam essa versão em seus
textos no mesmo livro.
Feliz aniversário, Alvorada. Um
dia merecerás que a a devida correção seja enfim reconhecida e aceita pelos
órgãos oficiais, que continuam reproduzindo desmemória.
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